“SARDES ESPLENDOR NO PASSADO DECADÊNCIA NO FUTURO”
TEXTO: Ap.3.1-6.
INTRODUÇÃO: No tempo de João, Sardes, antes capital do
antigo reino de Lídia, era comparativamente insignificante. Até a igreja
participava dessa humilhação – tens nome de que vives, e estás morto (v.
1). Sir W. M. Ramsay disse que em nenhum outro lugar
pode encontrar
um
contraste tão melancólico entre o esplendor passado e a decadência.
Sardes
era uma cidade degenerada. Vejamos sua história, porque a carta
à
Igreja em Sardes está escrita tendo em mente essa história.
Setecentos
anos antes que se escrevesse a Carta a Sardes, esta
localidade
era uma das cidades mais magníficas do mundo. Desde Sardes
governava
o rei de Lídia, com esplendor oriental sobre seu vasto
império.
Na época do Apocalipse, Sardes era uma cidade oriental, hostil
ao
mundo helênico e temeroso de tudo o que fosse grego. Esquilo, o
grande
dramaturgo grego, escreveu com relação a Sardes: "Os que
habitam
perto de Tmolus juraram destruir o jugo helênico."
Sardes
estava localizada no meio da planície do rio Hermus. Ao
norte
dessa planície ergue-se a longa cordilheira do monte Tmolus;
desde
essa cordilheira se apartam uma série de cadeias menores, como
esporões,
cada uma das quais abrange uma estreita meseta. Sobre um
destes
esporões, a quinhentos metros de altura, levantava-se a Sardes
original.
É evidente que essa posição convertia Sardes numa praça
militar
virtualmente inexpugnável. Os lados da meseta eram suavemente
escarpados;
somente podia penetrar-se em Sardes pelo lugar onde a
meseta
se unia à cadeia de Tmolus. Mas ainda por esta passagem o
ingresso
era difícil e íngreme. Tem-se dito que Sardes se elevava como uma enorme torre
de vigia sobre o vale do Hermus. Chegou o momento
quando
o espaço de que dispunha a cidade em sua meseta foi muito
estreito
para a expansão de suas edificações. Sardes seguiu crescendo,
então,
sobre o sopé da meseta. O nome de Sardes (Sardeis em grego) é
uma
palavra plural, porque em realidade tratava-se de duas cidades, a
cidade sobre a meseta e a
cidade no vale abaixo da meseta.
Vs1-Nessa
atmosfera generalizada de degeneração e decadência a
própria
Igreja cristã em Sardes tinha perdido sua vitalidade e seu poder,
parecia-se
mais a um cadáver que a uma Igreja viva. A Igreja em Sardes
era
uma Igreja degenerada numa cidade degenerada.
*(1) É
aquele que tem os sete espíritos de Deus. Já nos tínhamos
encontrado
com esta frase estranha em Apocalipse 1:4. Seu significado
pode
ter dois aspectos:
(a)
Denota o Espírito Santo, em seu sétuplo dom, uma idéia que se
fundamenta
em Isaías 11:2. O sétuplo dom é a sétupla manifestação do
Espírito
Santo.
(b)
Denota o Espírito em sua sétupla atuação. Há sete Igrejas na
Ásia,
e entretanto em cada uma delas o Espírito opera na plenitude de
sua
presença e poder. Em cada uma delas sua presença é igualmente
plena
e completa. Os sete espíritos significam, então, a universalidade da
presença
do Espírito Santo.
(2) É
aquele que tem as sete estrelas. As estrelas representam as
Igrejas
e seus anjos. A Igreja é de Jesus Cristo. Ele é aquele que tem,
possui,
é dono da Igreja. Em muitas oportunidades e lugares as fomes
agem
como se a Igreja lhes pertencesse, como se tivessem direito de
administrar
e governar a Igreja para acomodá-la a seus próprios objetivos ou interesses. Mas a Igreja, e cada
uma das congregações que
estão
nela, pertence a Jesus Cristo e todos os que estão na Igreja são seus
servos.
No que respeita a qualquer decisão relacionada com ela, em sua
Apocalipse
(William Barclay) 137
totalidade
ou em qualquer de suas partes, o fator decisivo não deve ser
jamais
o que querem os homens que a Igreja faça, mas sim qual é a
vontade de Jesus Cristo,
seu Senhor, Amo e Proprietário.
*A DIFERENÇA ENTRE MORTE E VIDA
A
terrível acusação que se levanta contra a Igreja em Sardes é que
mesmo
quando goza de uma boa reputação por sua atividade, no fundo
está
morta. O Novo Testamento relaciona muito freqüentemente o
pecado
com a morte. Nas Epístolas Pastorais lemos: “A que se entrega
aos
prazeres, mesmo viva, está morta” (1 Timóteo 5:6). O Filho Pródigo,
quando
volta à casa de seu pai, é aquele que estava morto e agora vive
(Lucas
15:24). Os cristãos de Roma, por serem homens e mulheres que
aceitaram
a Jesus Cristo como seu Salvador, são vivos entre os mortos
(Romanos
6:13). Paulo diz que seus conversos, antes de terem conhecido
o
Evangelho, estavam mortos em suas transgressões e pecados (Efésios
2:1,5). O efeito do
pecado é uma espécie de morte
(1) O
pecado é a morte da vontade. Se alguém aceitar o convite do
pecado,
chega muito em breve ao momento quando é incapaz de aceitar
qualquer
outro convite. Os hábitos vão deitando raízes nele, até que já
não
pode abandoná-los, por mais forte que seja seu desejo de fazê-lo. A
indulgência
vai apoderando-se dele até que não tem forças para viver de
outra
maneira, ainda que odeie seu comportamento. Chega-se ao ponto,
como
observava Sêneca, de que alguém odeie e ame seus pecados ao
mesmo
tempo. É um estado no qual o homem é, definitivamente, escravo
do
pecado. Há poucos de nós que não tenhamos experimentado a força
de um
mau hábito. É tão grande o poder do pecado que termina sempre
invariavelmente
matando a vontade.
(2) O
pecado é a morte dos sentimentos. O processo de converter-se
em
escravo do pecado não se produz da noite à manhã. A primeira vez
que um
homem peca, ele o faz com vacilações e dúvidas. Pensa que isso
não
deve voltar a suceder outra vez. Mas chega o momento, se continua
fazendo
o que sabe que é incorreto, quando as vacilações e dúvidas já
não o
detêm, pois nem sequer as experimenta. Antes, teria ficado
horrorizado
ver-se a si mesmo nessa situação. Agora, o faz sem temores, sem remorsos, com
toda naturalidade. O pecado, como diz Burns,
"petrifica
os sentimentos". A tragédia do pecado é que mata o mais
elevado e superior do
homem.
(3) O
pecado é a morte da beleza: pode tomar as coisas mais belas e
transformá-las
em feias. Como conseqüência do pecado o desejo pelas
coisas
mais altas pode transformar-se na ambição de poder; o desejo de
servir
pode chegar a ser a vontade torcida de dominar a outros com
favores;
o amor e o desejo que deste emana, convertem-se em luxúria. O
pecado
mata a beleza da vida.
É
somente mediante a graça de Deus que podemos escapar à morte
do
pecado, ressuscitar dessa morte, mesmo quando o pecado nos tenha
totalmente prisioneiros
em suas garras
A IGREJA LIVRE DE AMEAÇA
A
morte da igreja em Sardes teve um efeito muito estranho.
(1)
Não havia heresias que ameaçassem a Igreja em Sardes. Não há
indicação
alguma da presencia em Sardes de falsas doutrinas, ou da
influência
de mestres com idéias contrárias ao Evangelho. A Igreja em
Sardes
era muito ociosa intelectualmente para dar-se ao trabalho de
pensar.
A heresia sempre é o produto de uma mente que busca e
investiga,
é, em realidade, um sinal de vitalidade e inteligência; indica,
pelo menos,
que há aqueles que tentaram pensar as coisas por sua própria
conta.
A heresia em geral é o acento desequilibrado de um aspecto da
verdade.
Se
sublinhamos muito a divindade de Jesus Cristo, caímos no
docetismo,
uma heresia segundo a qual a humanidade de nosso Senhor
teria
sido só aparente. Se acentuamos muito a humanidade, pelo
contrário,
Jesus Cristo converte-se numa figura heróica, no melhor dos
homens
bons. Se acentuarmos muito a Lei, caímos no legalismo que
mata o espírito; se
acentuamos muito a graça caímos no antinomianismo
O DEVER DE ESTAR
VIGILANTE
(1) A
vigilância deveria ser uma atitude constante da vida cristã. “Já
é hora
de vos despertardes do sono”, diz Paulo (Romanos 13:11). E
também:
“Sede vigilantes, permanecei firmes na fé” (1 Coríntios 16:13).
Segundo
se tem dito, "A constante vigilância é o preço da liberdade", e
pode
ampliar-se este provérbio afirmando: "A vigilância eterna é o preço
da
salvação".
(2) O
cristão deve estar vigilante contra as armadilhas do demônio
(1
Pedro 5:8). A cidade de Sardes conhecia, em sua história, o perigo que
corre
uma guarnição quando seu guarda não vigia constantemente. O
cristão
está sendo atacado todo o tempo pelos poderes que buscam
separá-lo
de sua lealdade a Cristo e do caminho do bem. Em geral estes
ataques
são sutis e disfarçados. Portanto, a gente sempre deve estar em
guarda.
(3) O
cristão deve estar vigilante contra a tentação. Disse Jesus:
“Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação” (Mateus 26:41). A
tentação
espera os momentos em que não estamos em guarda, e então
ataca.
Um momento de paixão pode nos fazer descuidar nosso
autocontrole.
Uma fraqueza transitiva da vontade pode nos fazer vacilar
no
propósito de não ter nada que ver com o mal. A fadiga, a tristeza, o
Apocalipse
(William Barclay) 141
esgotamento,
podem reduzir nosso poder de resistência. Um momento de
exagerada
confiança em nós mesmos pode converter-se num momento
de
ruína. Na vida cristã deve-se vigiar o ataque da tentação cada vez
com
maior cuidado.
(4) Em
repetidas ocasiões o Novo Testamento exorta os cristãos a
esperar
vigilantes a vinda do Senhor. “Portanto, vigiai, porque não sabeis
em que
dia vem o vosso Senhor”. “O que, porém, vos digo, digo a todos:
vigiai!”
(Mateus 24:42-43; Marcos 13:37). Paulo acrescenta: “Assim,
pois, não
durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos
sóbrios”
(1 Tessalonicenses 5:6). Nenhum homem sabe quando será o
momento
em que a eternidade invadirá o tempo. "O último dia, diz
Agostinho,
"é um segredo, para que cada dia vigiemos". Devemos viver
cada
dia de nossas vidas como se fosse o último.
(5) O
cristão deve estar vigilante contra os falsos ensinos e os falsos
mestres.
No último discurso de Paulo aos anciãos de Éfeso, adverte-os de
que
lobos rapaces vão invadir o rebanho, de fora, e que de dentro se
levantarão
homens ímpios que falarão coisas perversas. "Portanto", dizlhes,
"estejam
vigilantes" (Atos 20:29-31).
(6) E
o cristão não deve esquecer que assim como ele monta guarda
por
Jesus Cristo, Jesus Cristo o está guardando. O Cristo ressuscitado
diz:
"Não achei tuas obras perfeitas diante de Deus." Aqui nos saem ao
encontro
duas grandes verdades.
(a)
Cristo espera algo de nós. Muito freqüentemente vemos Cristo
como
Aquele que nos dá coisas; esperamos que Ele nos dê poder, ajuda,
apoio,
consolação. Mas não devemos esquecer nunca que Ele espera
nosso
amor, nossa lealdade e nosso serviço. O cristianismo nunca deve
conceber-se
como uma relação unilateral na qual nós recebemos tudo e
nunca
damos nada. Cristo espera de nós o serviço e o amor que
possamos
lhe oferecer.
(b) O
que devemos fazer é o que está ao alcance de nossa mão. Há
um
dito em inglês, muito antigo e muito verdadeiro: "O senão é o que
estamos
obrigados a fazer, o destino o que podemos fazer." O cristão não
Apocalipse
(William Barclay) 142
crê
num senão iniludível, mas sim crê num destino, que pode aceitar ou
rejeitar.
Cristo espera algo de cada um de nós; há algo que cada um de
nós pode fazer por Ele.
Vs.3-(1)
O Cristo ressuscitado diz: “Lembra-te, pois, do que tens
recebido
e ouvido.” Neste caso a exortação está (no idioma grego do
original)
em presente imperativo, e significa: "Segue lembrando, lembra
cada
dia, nunca te permitas esquecer..."
O
Cristo ressuscitado está dizendo aos letárgicos cristãos de Sardes
que
devem lembrar o entusiasmo e emoção que experimentaram ao
ouvirem
o evangelho pela primeira vez. É um fato da vida que certas
coisas
afiam a memória que está fraca.
Quando
voltamos a visitar a tumba de um ser querido, o lugar volta
a nos
trazer em toda sua acuidade o sentimento de tristeza e dor que um
dia
experimentamos. Quando voltamos para um lugar onde vivemos uma
experiência
muito profunda, a visão das coisas que nos rodeiam reacende
em nós
o deleite ou a amargura que nos invadiram naquela circunstância.
Os
sentimentos voltam para nós com uma intensidade que o tempo tinha
conseguido
aplacar. Várias vezes, ao longo de sua vida, o cristão deve
voltar
a pôr-se de pé diante da Cruz, para lembrar com toda clareza o que
Deus
tem feito por ele.
(2) O
Cristo ressuscitado diz “Arrepende-te...” Neste caso o verbo é
um
aoristo imperativo, que descreve, em grego, uma ação completada.
Na
vida cristã deve haver um momento decisivo, quando fazemos a
opção
de deixar atrás todas as coisas velhas e começar um novo
caminho.
Trata-se de uma crise fundamental na vida, o corte definitivo
de um
estilo de vida e a decisão firme de iniciar uma vida nova. É uma
meia-volta
completa, graças a qual iniciamos nossa marcha com Cristo e
Apocalipse
(William Barclay) 143
não
seguimos escapando dEle. Todo ser humano deve dar-se conta que o
cristianismo
não é hábito ou empecilho, mas sim a conseqüência de uma
decisão
consciente e crítica.
(3) O
Cristo ressuscitado diz: “Guarda-o...” (o que tens recebido e
ouvido).
Aqui voltamos ao presente imperativo, que indica uma ação
continuada.
Significa: "Nunca deixe de observar, de guardar os
mandamentos
do evangelho; guarda-os e observa-os diariamente; transita
pelo
caminho cristão cada minuto de sua existência." Esta é uma
advertência
contra o que poderíamos chamar "cristianismo
espasmódico".
Muitos de nós somos cristãos um dia e não cristãos no
dia
seguinte. Muitos de nós somos capazes da maior nobreza um dia, e
da
maior deslealdade no dia seguinte. Podemos agir com uma bondade
quase
sacrifical num momento, mas depois seremos brutalmente
egoístas.
O mandamento do Cristo ressuscitado é que perseverantemente,
dia a
dia, guardemos e observemos os mandamentos e as exigências do
evangelho.
(4)
Por último, temos o mandamento de ser vigilantes. Há um
antigo
ditado latino que reza: "Os deuses caminham com seus pés
envoltos
em lã." Aproximam-se de nós, quer dizer, sem que nos
tenhamos
dado conta de sua proximidade, surpreendem-nos com sua
presença.
Num momento inesperado, sem que tenhamos podido prevê-lo,
encontramo-nos
um dia frente a frente com a eternidade. Mas isto não
nos
poderá suceder se cada dia de nossa vida o vivemos à sombra da
eternidade,
se cada dia de nossa vida o vivemos na presença e companhia
de
Jesus Cristo. Aquele que anda com sua mão na dEle, não poderá ser
tomado de surpresa por
sua vinda em glória.
Vs.3b-(3)
O Cristo ressuscitado diz: “Guarda-o...” (o que tens recebido e
ouvido).
Aqui voltamos ao presente imperativo, que indica uma ação
continuada.
Significa: "Nunca deixe de observar, de guardar os
mandamentos
do evangelho; guarda-os e observa-os diariamente; transita
pelo
caminho cristão cada minuto de sua existência." Esta é uma
advertência
contra o que poderíamos chamar "cristianismo
espasmódico".
Muitos de nós somos cristãos um dia e não cristãos no
dia seguinte.
Muitos de nós somos capazes da maior nobreza um dia, e
da
maior deslealdade no dia seguinte. Podemos agir com uma bondade
quase
sacrifical num momento, mas depois seremos brutalmente
egoístas.
O mandamento do Cristo ressuscitado é que perseverantemente,
dia a
dia, guardemos e observemos os mandamentos e as exigências do
evangelho.
(4)
Por último, temos o mandamento de ser vigilantes. Há um
antigo
ditado latino que reza: "Os deuses caminham com seus pés
envoltos
em lã." Aproximam-se de nós, quer dizer, sem que nos
tenhamos
dado conta de sua proximidade, surpreendem-nos com sua
presença.
Num momento inesperado, sem que tenhamos podido prevê-lo,
encontramo-nos
um dia frente a frente com a eternidade. Mas isto não
nos
poderá suceder se cada dia de nossa vida o vivemos à sombra da
eternidade,
se cada dia de nossa vida o vivemos na presença e companhia
de
Jesus Cristo. Aquele que anda com sua mão na dEle, não poderá ser
tomado de surpresa por
sua vinda em glória.
Vs.4a-No
versículo 4 brilha, através das trevas, um raio de esperança. Até
em
Sardes há um remanescente fiel. Deus, em sua misericórdia, busca
Apocalipse
(William Barclay) 144
com
mais afã os bons que os maus. Quando Abraão está intercedendo
perante
Deus por Sodoma, diz-lhe: "Longe de ti exterminar o justo com
o
pecador" (Gênesis 18:25). Deus busca com paciência, até encontrar um
remanescente
fiel. Na antiga história dos reis de Israel, somente Aías foi
perdoado,
entre todos os filhos de Jeroboão, porque nele se encontrou
uma
atitude positiva para com o Deus de Israel (1 Reis 14:13). Deus
nunca
deixa de buscar seu remanescente fiel, nunca chegam a confundirse,
no
olhar de Deus, os bons e os maus, mesmo quando estejam muito
mesclados.
Va.- Vestidos
A
tríplice promessa para todos os que foram fiéis é a seguinte:
(1)
Serão vestidos com uma túnica branca. Já se tem lido no
Evangelho
que os justos "resplandecerão como o Sol no reino de seu
Pai"
(Mateus 13:43); o próprio Deus, segundo o salmista, estaria
"vestido"
de luz (Salmo 104:2). O que representa, então, a túnica branca?
(a) No
mundo antigo as túnicas brancas eram usadas nos dias de
festa
e regozijo. “Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e jamais
falte
o óleo sobre a tua cabeça” recomendava o pregador aos que
queriam
viver contentes (Eclesiastes 9:8). A túnica branca pode
representar
o fato de que os fiéis serão convidados ao banquete celestial.
(b) No
mundo antigo as túnicas brancas representavam a vitória.
Quando
em Roma se celebrava algum triunfo militar todos os habitantes
da
cidade vestiam túnicas brancas. A cidade, então, recebia o nome de
"cidade
branca". As túnicas brancas podem representar, então, a
recompensa
daqueles que ganharam a vitória e são reconhecidos como
vencedores
por Deus.
Apocalipse
(William Barclay) 146
(c) Em
toda terra e época o branco é a cor da pureza; neste caso,
pode
significar aquela pureza cuja recompensa é o privilégio de ver a
Deus
(Mateus 5:8).
(d)
Sugeriu-se que as túnicas brancas podem representar os corpos
ressuscitados
que os fiéis levarão algum dia. Os que forem fiéis
compartilharão
a pureza branca da luz que reveste a Deus em pessoa.
Não é
necessário que escolhamos entre os diversos significados
possíveis
das túnicas brancas; podemos pensar que todos estes fazem
parte
de uma promessa muito grande para esgotar-se numa única forma
de
bem-aventurança.
(2)
Seus nomes não serão apagados do Livro da Vida. O Livro da
Vida é
uma idéia que freqüentemente aparece na Bíblia. Moisés estava
disposto
a ser riscado do Livro da Vida se seu sacrifício fosse suficiente
para
livrar a seu povo das conseqüências do pecado que tinha cometido
(Gênesis
32:32-33). O salmista tem a esperança de ver o nome dos
ímpios
apagados do Livro da Vida (Salmo 69:28). No dia do juízo, serão
salvos
os que estiverem inscritos no livro (Daniel 12:1). Estão escritos
no
livro os nomes dos colaboradores fiéis do apóstolo Paulo (Filip. 4:3).
Aquele
que não tem seu nome escrito no Livro da Vida será lançado no
lago
de fogo (Apocalipse 20:15). Somente os que estão escritos no Livro
do
Cordeiro entrarão com Ele na bem-aventurança (Apocalipse 21:27).
Na
antigüidade os reis levavam um livro no qual se anotavam os
nomes
de todos os cidadãos. Se alguém cometia um crime contra o
Estado,
era apagado do livro, assim como era apagado, normalmente, ao
morrer.
Que nosso nome esteja escrito no Livro da Vida significa que
somos
cidadãos fiéis do Reino de Deus.
(3)
Jesus Cristo confessará seus nomes diante de seu Pai e dos
anjos.
A promessa de Jesus é que se alguém confessar seu nome diante
dos
homens, Ele confessará o nome de sua testemunha diante de Deus; e
se
alguém o negar diante dos homens, Ele o negará diante de Deus
Apocalipse (William Barclay) 147
(Mateus 10:32-33; Lucas 12:8-9). Jesus Cristo será sempre fiel com os
que sejam fiéis a Ele.