domingo, 6 de outubro de 2013

Depressão: quando a alma adoece (Parte 2)

Depressão: quando a alma adoece (Parte 2)

Mais dois conselhos básicos sobre como tratar esse problema

Continuando nossa abordagem sobre o tema depressão, seguem o segundo e terceiro conselhos básicos sobre como tratar esse problema.
 
Em segundo lugar, portanto, entenda que há momentos em que todos nós, por situações várias, nos sentimos deprimidos. Quem já não ouviu sobre a depressão pós-parto, quando a mãe se sente vazia, sozinha e assustada? Quem pode estar alegre com a morte de um filho ou de um pai? Entretanto, não deixe que estes estados se delonguem, que se transformem em algo duradouro, em um quadro depressivo.

Lembre-se que, na Bíblia, sempre encontramos palavras de ânimo. As palavras de Jesus e dos salmistas e apóstolos foram sempre Tende bom ânimo (João 16.33);  Alegrai-vos (Salmo 32.11; Romanos 14.17);  Fortalecei-vos (Efésios 3.10; Tiago 5.8). Jesus é o que dá força ao cansado e multiplica e o poder aos que não têm vigor (Isaías 40.29). Portanto, tal qual Davi: “Espera no Senhor; sê forte, e anima-te...” (Sl 27.14).

Em terceiro lugar, cuide-se. Na ausência de tratamento, os episódios de depressão duram em média oito meses, e saiba que a doença é recorrente: para quem já apresentou um episódio de depressão a probabilidade de ter o segundo em dois anos é de 40%, e de 72% em cinco anos. Portanto, se profissionais atestarem o fato de que você está depressivo, tome os remédios, não esquecendo de orar todas as vezes que usá-los para que somente façam o efeito desejado, e não provoquem distúrbios futuros ou efeitos colaterais. E, mesmo assim, não desista: Jesus levou na cruz todas as nossas enfermidades e Ele pode ajudar você em seu processo de cura, mesmo que seja por meio de remédios!

O que você não pode fazer é fechar os olhos e se sentir culpado por estar enfermo ou deprimido, como se estivesse em pecado e Deus se afastasse de você, levando com ele sua alegria da salvação. Lembre-se que a salvação não pode ser um simples sentimento ou sensação. Ela tem que ser racional, ela tem que ser real. Você precisa se saber salvo(a), e não apenas se sentir salvo(a). Assim como também não pode negligenciar o que você precisa fazer, como descansar, organizar melhor sua agenda e reordenar suas prioridades.

Portanto, por mais dolorosos que sejam alguns momentos da vida, levando você até mesmo à depressão, saiba que, em Deus, há sempre uma esperança. A dor vai passar, a melancolia vai ceder, o sono irá voltar, o prazer e o ânimo serão renovados, e a vida – não a morte – será o motivo da sua canção.

Espere pela luz, espere no sol da justiça que é Jesus. Afinal, o choro pode durar uma noite, e há noites que parecem muito longas, mas a alegria vem pela manhã.

Mais dois conselhos básicos sobre como tratar esse problema



Continuando nossa abordagem sobre o tema depressão, seguem o segundo e terceiro conselhos básicos sobre como tratar esse problema.
 
Em segundo lugar, portanto, entenda que há momentos em que todos nós, por situações várias, nos sentimos deprimidos. Quem já não ouviu sobre a depressão pós-parto, quando a mãe se sente vazia, sozinha e assustada? Quem pode estar alegre com a morte de um filho ou de um pai? Entretanto, não deixe que estes estados se delonguem, que se transformem em algo duradouro, em um quadro depressivo.

Lembre-se que, na Bíblia, sempre encontramos palavras de ânimo. As palavras de Jesus e dos salmistas e apóstolos foram sempre Tende bom ânimo (João 16.33);  Alegrai-vos (Salmo 32.11; Romanos 14.17);  Fortalecei-vos (Efésios 3.10; Tiago 5.8). Jesus é o que dá força ao cansado e multiplica e o poder aos que não têm vigor (Isaías 40.29). Portanto, tal qual Davi: “Espera no Senhor; sê forte, e anima-te...” (Sl 27.14).

Em terceiro lugar, cuide-se. Na ausência de tratamento, os episódios de depressão duram em média oito meses, e saiba que a doença é recorrente: para quem já apresentou um episódio de depressão a probabilidade de ter o segundo em dois anos é de 40%, e de 72% em cinco anos. Portanto, se profissionais atestarem o fato de que você está depressivo, tome os remédios, não esquecendo de orar todas as vezes que usá-los para que somente façam o efeito desejado, e não provoquem distúrbios futuros ou efeitos colaterais. E, mesmo assim, não desista: Jesus levou na cruz todas as nossas enfermidades e Ele pode ajudar você em seu processo de cura, mesmo que seja por meio de remédios!

O que você não pode fazer é fechar os olhos e se sentir culpado por estar enfermo ou deprimido, como se estivesse em pecado e Deus se afastasse de você, levando com ele sua alegria da salvação. Lembre-se que a salvação não pode ser um simples sentimento ou sensação. Ela tem que ser racional, ela tem que ser real. Você precisa se saber salvo(a), e não apenas se sentir salvo(a). Assim como também não pode negligenciar o que você precisa fazer, como descansar, organizar melhor sua agenda e reordenar suas prioridades.

Portanto, por mais dolorosos que sejam alguns momentos da vida, levando você até mesmo à depressão, saiba que, em Deus, há sempre uma esperança. A dor vai passar, a melancolia vai ceder, o sono irá voltar, o prazer e o ânimo serão renovados, e a vida – não a morte – será o motivo da sua canção.

Espere pela luz, espere no sol da justiça que é Jesus. Afinal, o choro pode durar uma noite, e há noites que parecem muito longas, mas a alegria vem pela manhã.

Comentadora : Dr. Elaine Cruz
Cpad News.

Depressão: quando a alma adoece

Depressão: quando a alma adoece 

O que leva à depressão e como tratar esse problema

Quantas vezes você já teve vontade de chorar horas seguidas? Já fechou os olhos e desejou que a situação vivenciada, por ser dura e cruel, fosse parte de um sonho? Você já se sentiu desanimado, sem coragem de sair de casa? Lembra-se de dias em que o simples pensar em levantar da cama lhe apavorava? Recorda-se da dor que sentiu quando perdeu um membro de sua família? Tem por vezes a sensação de que seu mundo ruiu e que você está só, sem poder receber ajuda mesmo daqueles que se oferecem?
Momentos de tristeza, de agonia, de dor e frustração fazem parte de sua vida cotidiana. Você vive em um mundo onde problemas, dores e morte são inevitáveis, onde vivencia situações que geram ansiedade, estresse, tristeza e melancolia. E onde a depressão, que há mais de dois mil anos é reconhecida como um mal que acometia algumas pessoas, nos dias atuais é classificada como uma doença que pode levar à morte. A depressão é, sem dúvida, o grande mal do século. Publicações em todo o mundo têm discutido suas causas e efeitos, e anualmente, em todo o mundo, são gastos milhares de dólares em pesquisas sobre o assunto, além de milhões de pessoas que gastam bilhões de dólares comprando antidepressivos.
Depressão não é um simples estado emocional, é uma doença de causa orgânica, quando um descontrole na química cerebral atinge certas áreas corticais. Estudos mostram que baixos níveis de neurotransmissores, como a serotonina, substância principal para a sensação de bem estar e controle de humor, estão associados a crises depressivas.  É uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com alta concentração de casos na mesma família.
Antes da puberdade, o risco de apresentar depressão é o mesmo para meninos ou meninas. Mais tarde, ele se torna duas vezes maior no sexo feminino. Ter um dos pais com depressão também aumenta de duas a quatro vezes o risco. Além disso, alterações hormonais também favorecem o surgimento da depressão – o que explica a grande ocorrência entre adolescentes e jovens , fazendo com que fiquem persistentemente irritados e tristonhos, comprometendo as relações familiares, as amizades e a performance escolar.
Para os jovens, um episódio de depressão pode ser indicado pela presença de cinco ou mais dos seguintes sintomas, quase todos os dias, por um período de pelo menos duas semanas:
• Insônia (falta de sono) ou sono exagerado;
• Agitação psicomotora, do tipo que a pessoa não consegue parar quieta nem  quando dorme;
 Apatia, quando há uma sensação de que as emoções não estão sendo vivenciadas como deveriam, causando um desânimo geral; 
Cansaço ou perda de energia;
Sentimento exagerado de culpa ou de inutilidade;
Diminuição da capacidade de concentração e de pensar com clareza;
Pensamentos recorrentes de morte, de pensar em suicídio, ou a vontade de assistir  programas sobre morte, ou mesmo pesquisar temas suicidas na internet;
Estado de espírito depressivo e pessimista durante a maior parte do dia;
Interesse ou prazer pela maioria das atividades claramente diminuídos;
Diminuição do apetite, perda ou ganho significativo de peso na ausência de regime alimentar (geralmente, uma variação de pelo menos 5% do peso corpóreo);
Vontade de se isolar da família e de amigos, a não ser que eles também cultuem um comportamento mórbido e triste.
Desencadeada por uma situação inesperada ou indesejada, a depressão pode, em graus extremos, levar à reclusão, ao afastamento dos familiares, provocar outras doenças de fundo psicossomático e, na última das hipóteses, levar à morte. É ela, por exemplo, uma das principais causas, além da ação e incentivo de Satanás, para o ato suicida.
Sabe-se que há etapas anteriores ao estado depressivo, estágios que se sucedem e aprofundam os sintomas, levando o indivíduo ao estado depressivo. O primeiro é o que chamamos de estresse, que geralmente é causado por uma conjunção de fatores, como horas de sono abaixo do necessário, excesso de atividades e má alimentação. Quando você não se cerca de cuidados necessários para o descanso e bem estar do seu organismo, surge uma sensação permanente de desconforto, um cansaço mental e físico permanente, fadiga, agitação, apatia e irritabilidade.
Deus nos deu exemplo do quanto repousar corpo e mente é importante. Encontramos na Bíblia ordenanças até mesmo quanto ao descanso da terra, e vemos que Jesus muitas vezes separou alguns dias para descansar. Lemos na Bíblia que devemos cuidar do nosso corpo, pois ele é santuário do Espírito Santo. O cotidiano agitado e desregrado, em que o sono da madrugada é trocado pelas conversas na internet, abre a porta para doenças físicas e emocionais, fazendo com que haja uma preocupação excessiva com as coisas e fatos, tornando os dias poucos prazerosos, roubando a alegria e ânimo para grandes e pequenas realizações.
Você é um ser pensante, inteligente e racional, com a capacidade e obrigação de analisar as situações para decidir como organizar melhor o seu tempo, fazendo uma agenda dos compromissos, estruturando a sua vida da melhor forma possível. Se você tem pensado sobre um problema horas e horas, mas sem analisá-lo com clareza, sempre se atendo ao lado negativo e imaginado a pior solução possível, precisa mudar sua forma de pensar.
Muitos jovens propõem para si mesmos metas impossíveis, que demandam mais tempo do que desejam. Outros se apaixonam por pessoas erradas e teimam que vão fazer o(a) outro(a) gostar dele, esquecendo-se que nós não decidimos pelo outro. Há ainda os que querem ser os mais populares, as mais bonitas, os mais sarados e fortes, e por conta disso perdem amigos e magoam pessoas queridas. Pessoas assim vivem num mundo irreal por meses – e quando acordam se frustram,  se decepcionam e se entristecem, muitas vezes entrando num movimento de “ninguém me quer”, “ninguém me vê”, “não vou conseguir, não sou ninguém”. Surge o medo, o pânico, a sensação de que tudo está caindo sobre a sua cabeça, que seu mundo ruiu.
Por conta da perturbação no sono, da alteração de apetite, da falta de perspectiva de futuro e da alegria, da idéia recorrente de suicídio e morte, além de dores generalizadas, a depressão é uma doença cruel, que afeta corpo e mente, e que, sem dúvida, tem sérias implicações espirituais.
No meio evangélico, esse assunto tem gerado muitas controvérsias. Não há dúvida de que a depressão pode ser fruto de erros e pecados e da vida estressante e ansiosa que vivemos. Mas, primeiramente, entenda que é uma doença, que, como já dissemos, tem estágios e causa orgânica, e em alguns casos são indicados remédios específicos para a sua cura. Muitos entendem que toda e qualquer tristeza ou depressão é só de fundo espiritual, e esquecem-se de que a Bíblia é cheia de exemplos de homens de Deus que ficaram deprimidos e melancólicos. Lemos que Moisés sentiu-se estressado e ansioso por causa de sua grande responsabilidade em conduzir os hebreus pelo deserto, a ponto de seu sogro ajudá-lo a definir prioridades. Elias, profeta de fogo e de fé, escondeu-se com medo em uma caverna e deixou-se levar pela depressão a ponto de perder o sono, as forças e o apetite. Jeremias retrata sua lamentação e melancolia em seus escritos.
Davi, homem segundo o coração de Deus, retrata em muitas passagens os sintomas da depressão que hoje conhecemos. No Salmo 38, encontramos alguns: “Estou encurvado e muito abatido; ando lamentando todo o dia. Os meus lombos estão cheios de dores; não há coisa sã na minha carne. Estou fraco e totalmente quebrantado; dou gemidos por causa da angústia do meu coração. Senhor, diante de ti está todo o meu desespero, o meu gemido não te é oculto. O meu coração está agitado, as forças me faltam, até a luz dos meus olhos se me deixou”.
Podemos, sim, ficar estressados, ansiosos, tristes, desanimados e depressivos. Somos humanos e imperfeitos, vivendo em um mundo cheio de injustiças. Nem tudo o que nos acontece tem como pano de fundo só uma perspectiva espiritual. Muitas vezes colhemos frutos de nosso descaso para com o descanso corporal, de uma criação familiar que incutiu em nós insegurança e baixa auto-estima, de situações adversas e dolorosas que maltratam nossa mente e coração.

Comentadora Dr. Elaine Cruz
Edição: Cpad News.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Os Mistérios do Amor Conjugal em Cantares



Os Mistérios do Amor Conjugal em Cantares
No centro de Cantares está o amor que se exprime com naturalidade, simplicidade, pureza e calor a sua paixão e intimidade.
"Que ele me beije com os beijos da sua boca!" (1.2)
Cantares é a obra mais romântica e simbólica da literatura universal. Seus símbolos ilustram o amor em uma profusão que o leitor fugaz não percebe. Trata-se de uma óde atemporal, que representa o amor entre um homem e uma mulher do modo mais sagrado e belo.
No centro de Cantares está o amor que se exprime com naturalidade, simplicidade, pureza e calor a sua paixão e intimidade: “gritos de alegria, a voz do noivo e a voz da noiva” (Jr 7.34; 16.9; 25.10). Justamente por causa da absoluta universalidade dessa experiência, os símbolos usados em Cantares são constantes e logo perceptíveis, pelo menos a nível global, embora nos detalhes estejam carregados de conotações orientais, exóticas e, às vezes, exasperadas.
Amor
Cantares é um encontro com o amor. Trata-se de um verdadeiro minivocabulário de palavras repetidas dezenas de vezes, porque o enamorado nunca se cansa de dizer à sua mulher: Tu és fascinante (na’wah); és encantadora (iafah); minha amada (‘ahabah); minha irmã (‘ahotî); minha esposa (kallah); meu tesouro (ra ‘iatî); amor de minha alma (‘ahabah nafsî), minha única (6.9). Cantares convida o homem moderno a expressar sem medo ou receio o seu mais profundo amor à mulher amada. Desperta o amásio a expressar as mais significativas e belas frases de amor. A palavra é geradora de sentimentos e fertilizante para o coração.
E para a mulher, o esposo é sempre dodî, “o meu amado”. É assim que o coração é arrebatado (4.9), a paixão é fremente (7.11; 8.7), a delícia (5.17) cancela a vergonha (8.1,7), o anelo inconsciente (6.12) gera contemplação (7.1) e predileção (6.9). Há quase um desmaio de amor (2.5), numa espécie de doença incurável (2.5; 5.8), num sono estático (2.7; 3.5; 5.2; 7.10; 8.4,5), numa embriaguez (5.14), num desfalecimento incitante (5.6). Mas também há o medo que perturba (6.5), há a ausência insuportável (5.6), os pesadelos noturnos (3.8). Mas tudo se esvaece e apenas ouve-se aquela voz doce e suave (2.14). Então tudo volta a ser triunfo dos sentidos numa espécie de paraíso do olfato e do paladar: os frutos do amor são saborosos (2.3; 4.16; 7.9,14), são mel, néctar, leite (4.11; 5.1,12), doçura para o paladar (5.17) [1].
O amor é comparado a cheiros e sabores. Na carreira diária, às vezes, nos esquecemos do estro que nos torna humanos. Colocamos os nossos sentidos reféns do vil metal, enquanto eles são indispensáveis ao conhecimento do outro. Não se ama sem odores e cheiros. O amásio conhece o doce cheiro de sua amada e o paladar de seus lábios. O amor demonstrado na obra eleva o amor a um estado de completo arrebatamento. O poema recomenda aos amásios a sentirem o cheiro e o sabor um do outro. É um convite ao verdadeiro encontro! Nesse amor sublime, nada espiritual e muito menos mundano, os amásios são convidados a viverem com toda intensidade a sua plena humanidade e conjunção carnal nos laços do matrimônio.
Corpo
Não existe, de fato, um livro bíblico que siga tão intensamente a realidade do corpo em todos os seus meandros e segredos e em toda a sua aparência. Vemos o rosto (2.14; 5.2,11; 7.6; 8.3) com a boca aberta ao beijo (1,2; 4.3; 8.1); e à voz (2.8,14; 5.2; 8.12), com os lábios frementes (4.3,11; 5.13; 7.10), com a língua (4.11), com os dentes cândidos (4.2; 5.12; 6.6), com o paladar que deseja saborear (5.16; 7.10); e o nariz atraído pelos perfumes (7.9), com as faces 1.10; 4.3; 5.13; 6.7), com os olhos (1.15; 4.11; 5.2,11; 6.5; 7.5; 8.10) que muito se movem e piscam (2.9) ou ternos (4.9), com os cabelos e as tranças (4.1,6; 5.10), com o pescoço harmonioso (1.10; 4.4; 7.5).
Nada mais óbvio do que afirmar que cada detalhe da amada ou do amado não passa despercebido ao verdadeiro amor. Em uma cultura que aprendeu a ditar suas regras estéticas e seus gostos artesanais à moda Michelangelo, o ser (Dasein) desaprende a ver as qualidades intrínsecas da própria fisionomia humana, irretocável. Não importa o formato do nariz, o importante é usá-lo para cheirar os mais preciosos odores do cônjuge. Pouca importância tem a densidade dos lábios, o essencial é saborear aquilo que o amor reservou para os amantes. A cor dos olhos não cativa tanto quanto o seu brilho. Quem ama encontra suas próprias razões para amar, apesar de tudo.
Depois, eis o corpo ereto (2.9; 7.8) que se ergue solene (2.10,13; 3.2; 5.5), que aperta com força o ser amado (3.4), que abraça (2.6; 8.3,6), que dança de júbilo (2.8), mas que também é plantado sobre as pernas e sobre os pés (5.3; 7.2). [2] O corpo é visto em Cantares como um cântaro cheio de surpresas e venturas.

O amor, sentimento difícil de ser descrito em palavras, tem através das imagens corpóreas do Cântico a sua mais elevada expressão e propósito. Se ama verdadeiramente quando se entrega. Tentaram em vão, Orígenes e São Bernardo, explicar as imagens corporais como símbolos da virtude cristã, ou sabedoria e ciência. Pobres teólogos mortais...que se negam a amar e a reconhecer que o amor entre cônjuges é uma dádiva da criação divina!
Observa-se também o esplendor dos seios (1.13; 4.5; 7.4,8,9; 8.8,10), a perfeição dos quadris (7.2), da bacia (7.3), do ventre (5.14; 7.3). Os seios com todo o seu esplendor é o repouso do abraço apaixonado! Um dado muito interessante relata em 7.4: os seios como crias gêmeas da gazela. Nada mais risonho, infantil e dócil. Nego-me a aceitar a interpretação de que os dois seios são as colinas de Ebal e Gerizin. Trata-se da mais eficaz sedução da parte da amada, que desejam os intérpretes reduzir a duas colinas vetustas e de valor espiritualmente simbólico. Ao movimentar freneticamente os quadris, os seios movem-se rapidamente, lembrando ao amado os gamos gêmeos saltitando pelos bosques.
Eis ainda, acima de tudo o coração que, na linguagem bíblica é sinônimo de consciência, inteligência e amor (5.4; 8.6). Nessa luz, o conhecimento recíproco dos enamorados não acontece só através da mente, mas também da paixão, dos sentidos, da ação e da alegria que se completa na plena realização sexual do casal: Meu bem amado põe a mão pela fenda e minhas entranhas estremecem. Não precisamos "abrir o verbo" para não corar os mais tímidos! Os símbolos "mão" e "fenda", desde a Antiguidade representavam os órgãos sexuais masculino e feminino, e no mínimo, aqui, as carícias entre os cônjuges. A destreza do amado é comparada em 5.14 à "mãos de ouro torneadas, cobertas de pedras preciosas". Cântares convida o casal a viver a vida sexual em sua completude, sem receios ou moralismo hipócrita que impede a felicidade dos cônjuges. Viva plenamente!
 
Perfumes
Cantares é permeado por perfumes (1.3,12ss; 2.13; 3.6; 4.10-11; 5.13; 7.9,14): Nardo (1.12; 4.13), cipreste (1.14; 4.13); bálsamo (2.17; 5.1,13; 6.2; 8.14), essência exótica (6.6; 4.14), incenso (3.6), açafrão, canela e cinamomo (4.14). Existe até mesmo um “monte da mirra”, uma “colina do incenso” (4.6) e os “montes do bálsamo” (8.14). A suavidade do vinho é a comparação mais espontânea para exprimir a embriaguez e doçura do amor (2.4; 4.10; 5.1; 7.3,10; 8.2). Nada melhor do que comparar o amor ao cheiro exótico da canela, que se supõe poderes afrodisíacos! As plantas odoríficas estão plantadas no "jardim fechado", figura que destaca o mistério, o espanto e assombro que é o amor de uma mulher com o seu marido. Ela é um jardim fechado em cujo canteiro estão plantados diversas ervas aromáticas que jamais poderiam crescer juntas. Esse jardim fechado também é um belo e delicioso pomar, cujas frutas saborosas são para a degustação dos amados. É um paraíso de romãs (4.13), um pomar das delícias que só o encontro assombroso entre um homem e uma mulher poderia desfrutar. O jardim das delícias é carregado com o cheiro do amor e dos sentimentos que se perpetuam e se fixam com os odores das plantas. Trata-se, na verdade, de um convite ao amor, comparado a pomares e ervas aromáticas. Um mistério que somente os que amaram intensamente são capazes de revelar.
 
Objetos Preciosos
A vista e o tato são envolvidos, seja por causa do contato físico entre os dois corpos, seja porque o esplendor do amor é pintado segundo as impressões produzidas por deslumbrantes objetos preciosos: Ouro e prata (1.11; 3.10; 5.11,13,15; 8.9,11,12), pérolas e brincos (1.10,11; 4.9), coroas (3.11), selos (8.6), taças (7.3), madeira nobre do Líbano (3.9); bordados (3.10), púrpura (3.10; 4.3; 7.6), safiras (5.14), marfim cinzelado (5.14; 7.5).
Jardim
Sobre o jardim brilha o sol (1.6; 6.10) e se reflete a lua (6.10). Sucedem-se as auroras e as noites (6.10; 7.12,13), descem as sombras (4.6), sopram o aquilão e o austro (4.16), sopra a brisa (2.17; 4.6), levantam-se colunas de fumaça (3.6), gotejam as chuvas e o orvalho (2.11; 5.2). O jardim “fechado” (4.12) é a figura do “eu feminino”, a “inviolabilidade da pessoa”, um “mistério inatingível contido no corpo da mulher e do seu parceiro”. Salomão salienta que a amada é exclusivamente dele, como um jardim que pertence unicamente ao seu dono, sendo inacessível a todos. Também os poços e fontes eram, às vezes, selados para preservar água, coisa mais do que preciosa no oriente, evitando que outros a tomassem.
Finalmente, só poderíamos terminar com o verso mais célebr

segunda-feira, 24 de junho de 2013

“O NOVO E VIVO CAMINHO”



“O NOVO E VIVO CAMINHO”

Texto: Hb.10.19-23.

Introdução: Tabernáculo, cujos detalhes são representados em Êxodo 25,26,27,36,37,38.

I-O TABERNÁCULO REPRESENTA JESUS
A-Essa tenda portátil tinha uma cobertura do lado de fora, Pele de texugo, por dentro, o tecido era finíssimo. Isso  se aplica as duas naturezas de Jesus Jo.1.1-3,14-DIVINA/HUMANA.
B-Êxodo 27.16...As quatro colunas da entrada do tabernáculo- FALA- da oportunidade para todos o número quatro se relaciona com a plenitude; todos tem a oportunidade de entrar no Santuário. Mt. 24.31;Jo.3.16.

PÚRPURA-(MATEUS)Zc.9.9, O EVANGELHO DO REI.
CARMESIM-(MARCOS) Servo Sofredor na Cruz.
LINHO BRANCO-(LUCAS) Zc.6.12-O homem de perfeito caráter justo.
AZUL-(JOÃO) Isaias 40.9 , Aquilo que é celeste- Jesus o filho de Deus.
Mc.4.8,20-O PÁTIO, O SANTUÁRIO E OS SANTOS DOS SANTOS.

II-O NOVO E VIVO CAMINHO.
A-Ap.5.1-8; 1 Pd.2.9,10; Jesus consagrou pelo véu antes somente o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santo no dia da Expiação.
*Há sete passos até o lugar Santíssimo.
1-O PRIMEIRO É O DA DECISÃO DE ENTRAR PELA PORTA. Dt.30.19.
A-Jo.10.9- Assim como havia uma entrada Jesus é a porta para a Salvação é a única porta.
*Deus quer que façamos uma escolha de vida ou morte pois deseja que todos optem pela vida.

III-O SEGUNDO PASSO É O SACRIFÍCIO JUNTO AO ALTAR DE COBRE, Êxodo 30.20;Rm 12.1,3.
*No átrio estava o altar de cobre  Hb.9.14; 1 Pd.1.18,19.
*Nos aproxima de Deus.
*Nos apega à Justiça.

VI-O TERCEIRO É O DA SANTIFICAÇÃO JUNTO À PIA DE COBRE Ef.5.25,26; Jo.15.13; Jo. 7.37,38.
*Simboliza  a palavra de Deus Hb. 4.12-13.
       SANTUÁRIO.

V-O QUARTO É O DA ALIMENTAÇÃO JUNTO Á MESA Mt.4.4.
*FICAVAM 12 PÃES DA PRESENÇA- “TODO POVO DE DEUS” Eram comidos pelos Sacerdotes todos os Sabádos e no mesmo dia substituídos Jo.6.35,51;8.12.
FÉ/ESPERANÇA-Aquí ele deixa o altar do holocausto e a pia de bronze e penetra no Santuário, Êxodo 26.36,37.
*O segundo véu é a fé segunda maior virtude do cristianismo “Fé Esperança e amor. Sl.27.14.

VI-O QUINTO E DO TESTEMUNHO JUNTO AO CASTIÇAL OU CANDELABRO. Mt. 5.14-16;Fp.2.14,15 e Ex.34.29.
*Ficar diante do terceiro véu- INTERCESSÃO DE CRISTO NA GLÓRIA. Hb. 7.25; 9.24; Rm.8.34.
*Brilhar segundo o poder e a perfeição da sua posição no lugar Santo.
*Vida de oração e leitura da palavra de Deus.
*Vida que esteve com Deus.
Iluminaçãoo e Direção do Espírito Santo.
*Êxodo 25.36-Eram feitos de ouro puro, e continham 7 lâmpadas.
*Mt.5.14-16. Não se esconda fale do amor de Deus.
*Não deixe que o pecado escureça a luz que está em vós.
*Fp. 2.14,15. Se o mundo soubesse de tudo que se passa na igreja teria  uma falsa noção á respeito de Cristo.
*Devemos ter pureza moral, paciência e serenidade.
VII-O SEXTO É O DA ORAÇÃO JUNTO AO ALTAR DO INCENSO Sl. 141.2; Ap.5.8; Hb. 7.25; I Tm.2.5.
*Oração e nossa adoração.

                          “SANTÍSSIMO LUGA”
VIII–O ÚLTIMO É DA OUSADIA PARA ENTRAR NO SANTO DOS SANTOS DEPOIS DOS PASSOS ANTERIORES, É PRECISO TER CORAGEM, DETERMINAÇÃO, INTREPIDEZ, PARA SENTIR DE FORMA INTENSA   A GLÓRIA DO SENHOR.
*Hb.13.5,6. CORAGEM a insegurança leva ao amoor ao dinheiro que sejamos ricos ou pobres.
*No SANTO DOS SANYOS havia uma única peça a arca cuja tampa era chamado de propiciatório Jesus entronizado Hb.4.15,16.
*E a presença de Deus com o seu povo.

                      CONTEÚDO DA ARCA
*AS TÁBUAS DA LEI- Êxodo 25.16- A vontade de Deus para com o povo Sl.40.8- O crente, Jr.31.33.
*A VARA DE ARÃO- Florescia- Ressurreição de Cristo de um ministério aprovado que dá flores e frutos. Nm.17.5-9.
*O MANÁ- Provisão de Deus para o seu povo.
*O PROPICIATÓRIO- Ouro puro ( Trono de Deus) Onde Deus nos é propício e nos é favorável   I Jo.2.2.

Amém!



sexta-feira, 21 de junho de 2013

NEGROS NA BÍBLIA



APRENDA REALMENTE SOBRE:

Os negros na Bíblia
A participação dos africanos na história sagrada

Até a construção do Canal de Suez, não se fazia distinção entre as terras bíblicas do Antigo Testamento. O cenário da História Sagrada ia do Eufrates ao Nilo. De um vale a outro, estendia-se ininterruptamente. O Mar Vermelho? Não representava qualquer obstáculo. Bastava dividi-lo e deixar Israel multiplicar-se pelo deserto até Canaã. Para o Faraó, a península do Sinai era Egito, e o Egito nunca deixou de ser África. Aos seus olhos tirânicos e opressores, os hebreus eram mais africanos que semitas.

Essa visão haveria de perdurar até 1859, quando o engenheiro francês Ferdinand de Lesseps pôs-se a construir o Canal de Suez. A partir daí, a África foi separada não somente geográfica, mas cultural e antropologicamente, do restante do Oriente Médio. Não demorou muito e aquela extensão da África deixou de figurar, nos mapas, como se jamais estivesse ligada ao continente negro. Por isso, muitos cristãos já não atentam para um fato importantíssimo: a mensagem que Israel legou ao mundo começou a ser escrita em terras africanas.

Se tais nuanças não são percebidas pelos leitores da Bíblia, atentemos a notável participação do africano na História Sagrada. A fim de que a nossa visão torne-se mais clara é mister que comecemos por derrubar alguns mitos que se fizeram dogmas.

Mitos dogmáticos ou dogmas mitológicos?

Já ouvi dizer que a cor negra é o sinal que o Senhor colocara em Caim por haver este matado a seu irmão Abel (Gn 4.15). Há quem sustente também que o patriarca Noé, para castigar o irreverente Cam, deu-lhe como herança a África e, como distinção, legou-lhe uma dose a mais de melanina (Gn 9.25). Como se vê, as extravagâncias hermenêuticas não têm limites. O pior é que tais besteiras são ensinadas como doutrina e consumidas como dogma.

Erudição alguma é necessária para se constatar a incongruência dessas conjecturas. Teológica e historicamente, são falhas e tendenciosas. Do texto sagrado, infere-se logo que toda a descendência de Caim foi destruída pelo Dilúvio. Apenas a linhagem de Set, representada por Noé e sua família, entrou na arca (Gn 5.30; 7.13). A genealogia de Caim encerra-se no capítulo quatro de Gênesis, ao passo que a de Set, que Eva gerou  após o assassinato de Abel, prosseguiu até o nascimento de Jesus (Lc 3.38). Sobre a marca que o Senhor imprimiu no homicida não foi, definitivamente, a cor de sua pele, mas um ideograma, denunciando-lhe a mancha do crime (Gn 4.15).

Com respeito ao caçula de Noé, o texto do Gênesis não comporta dúvidas: apenas um ramo dos camitas foi amaldiçoado: os cananeus (Gn 9.25-29). E a maldição cumpriu-se quando os hebreus tomaram-lhes as terras no século 15 a.C. Os demais filhos de Cam são mencionados na Bíblia como nações fortes, aguerridas e poderosas. Haja vista o Egito, a Etiópia e a Líbia que, na antiguidade, foram reinos temíveis e engrandecidos.

De acordo com a concepção judaico-cristã, não há nenhuma maldição em ser negro, nem bênção alguma em ser branco, amarelo ou vermelho. A bem-aventurança reside em se guardar os mandamentos de Deus, praticar a justiça e observar a beneficência: “Deus não faz acepção de pessoas, mas lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” (At 10.34-35).

Todos somos filhos de Adão, conforme enfatiza o apóstolo Paulo em seu discurso no Areópago: “De um só fez Deus toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação” (At 17.26). O monogenismo bíblico ensina, portanto, que toda a humanidade proveio de um único tronco genético: Adão e Eva. No Livro Sagrado não há qualquer espaço ao racismo. 

A África no índice das nações

Conhecido como o índice das nações, o capítulo 10 de Gênesis faz referência a, pelo menos, três poderosas nações africanas: Cuxe, Mizraim e Pute (Gn 10.6). Ou seja: Etiópia, Egito e Líbia. Apesar das muitas tribulações de sua história, estes povos vingaram: no passado, impérios; no presente, o vivo testemunho do vigor das civilizações negras.

Durante toda a História Sagrada, o Egito sempre foi temido como potência mundial. A Etiópia, por seu turno, era uma nação tão belicosa que, no tempo do rei Asa, invadiu o Reino de Judá com um exército de um milhão de homens (2 Cr 14.9). Quanto à Líbia, era vista pela Assíria como um contrapeso às ambições babilônicas (Na 3.9).

Se coletivamente os africanos foram marcantes, individualmente fizeram-se inesquecíveis no texto bíblico. 

A mulher negra de Moisés

No capítulo 12 de Números, lemos: “E falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa da mulher cuxita, que tomara; porquanto tinha tomado a mulher cuxita” (Nm 12.1).

Se não fosse o contexto desse triste e vergonhoso episódio, seríamos levados a pensar que a profetisa e o sumo sacerdote hebreus eram tão nocivos quanto os criadores do apartheid. Todavia, mostra-nos o desenrolar da história, que a má vontade de ambos não tinha como motivação o racismo. O que eles não toleravam eram os privilégios que Moisés desfrutava junto a Deus. Como não achassem nenhuma falha no legislador, ajuntaram-se para censurar-lhe a união inter-racial que, diga-se de passagem, não era incomum entre os antigos israelitas. Não se unira Abraão com uma africana e com uma africana não se casara José?

Eu sou negra e aprazível

Como você imagina a Sulamita dos Cantares de Salomão? Uma caucasiana encontradiça nas pinturas da renascença italiana? E se você descobrisse que o maior poema de amor de todos os tempos foi dedicado a uma negra? As filhas de Jerusalém indignaram-se quando Salomão elegeu a formosa pastora de Quedar como a predileta de seu coração. Mas, o que fazer? O amor não tem fronteiras.

Diante de tão descabida acepção, Sulamita protesta: “Eu sou morena e agradável, ó filhas de Jerusalém, como as lendas de Quedar, como as cortinas de Salomão” (Ct 1.5). Se o texto em português deixa alguma dúvida quanto à cor da formosíssima jovem, o texto inglês é concludente: “I am black but comely”. A tradução do Rei Tiago está mais de acordo com o original hebraico.

O negro que ajudou Jeremias

Jeremias profetizou no período mais crítico do Israel do Antigo Testamento. Em breve, os judeus seriam entregues aos babilônios, que os orfanariam de seus símbolos mais altos e caros: a Cidade Santa e o Santo Templo. É justamente nesse momento que o profeta aparece com uma mensagem impopular e nada patriótica. Apregoa a submissão ao opressor e condena qualquer esboço de resistência. Enfim, Judá deveria curvar-se ao jugo estrangeiro, pois essa era a vontade de Deus.

Por causa de sua atitude, foi Jeremias lançado no calabouço de Malquias (Jr 38.6). E só não morreu porque um etíope chamado Ebede-Meleque intercedeu por ele junto ao rei Zedequias. Por sua corajosa postura, o negro Ebede é honrado até hoje.

Os negros em o Novo Testamento

Muitos africanos veem a Igreja como um típico empreendimento europeu. Por isso, ainda se assustam com os missionários brancos e barbudos que, desde David Livingstone, cortam a negritude daquelas terras, levando a mensagem do Cristo. Em sua origem, porém, a Igreja era tão multirracial quanto hoje.

No Dia de Pentecostes, encontravam-se em Jerusalém, além dos gregos, romanos e bárbaros, várias nações negras: Egito, Líbia e Cirene. E, nesses países, o Evangelho floresceu de maneira surpreendente. Haja vista a igreja em Alexandria, da qual saíram Orígenes, Clemente e Atanásio. 
Lembremo-nos também do ministro da fazenda da Etiópia, que se converteu quando retornava ao seu país (At 8.26-38). Acredita-se ter sido com este negro que teve início a Igreja Copta.

Uma visão universal e transcultural da Bíblia

Ainda hoje, a Bíblia é vista como um livro branco e colonial. Jamais nos esqueçamos, porém, de que a Palavra de Deus é destinada a todos os povos, nações e tribos. De fato, o cânon sagrado começou a ser escrito na África e foi encerrado na Europa. Sim, a Bíblia é destinada a todas as famílias da terra. Por isso, é o livro mais amado e lido do mundo.

Em suas páginas, vemos o hebreu Abraão, a africana Agar, o grego Lucas e o romano Cornélio. O mais importante, contudo, é que, do início ao fim, encontramos o Filho do Homem – Jesus Cristo, Senhor de todos nós. Nele, não há segregação nem apartheid: o seu amor inclui sempre, jamais exclui. Brancos ou negros, todos precisamos do meigo Salvador.