‘PÉRGAMO, A IGREJA CASADA COM O MUNDO”
INTRODUÇÃO: De Pérgamo
um antigo escritor disse que "entregou-se à idolatria mais do que toda a
Ásia". A elevada
montanha que ficava
por trás dela era adornada com numerosos templos, entre os
quais se encontrava o grande templo de Zeus, que era chamado Soter Theos, o Deus Salvador. Pérgamo foi a
primeira cidade na Ásia a erigir um templo em
honra
de Augusto. Ficou
famosa por suas escolas de medicina; e Asclépio, deus da saúde, simbolizado por uma
serpente, era ali adorado. Ramsay diz: "Além de todas as cidades da Ásia Menor, ela dá
ao viajante a impressão de ser a sede da autoridade".
Como é apropriado então que lá fosse, segundo se diz, o trono de Satanás.
Muito se tem
discutido sobre o que exatamente eram os nicolaítas (aqui
e em 2:6). De algum modo eles
encorajavam alguns na igreja a
retomarem à frouxidão pagã dos costumes.
Ser cristão em Pérgamo significava enfrentar o que pode
chamar-se, como o teria feito Cromwell, "um compromisso muito
difícil".
Vs.12a-A palavra “habitar” significa ter lugar de residência
fixo num lugar.
Vs.12-A palavra de Deus é uma espada, capaz de cortar pecado
e pecadores. Gira e corta por todas partes, mas o crente
não tem que temer esta espada; embora a confiança
não pode receber respaldo sem uma obediência constante. Como nosso Senhor nota as vantagens e
oportunidades que temos para cumprir
nosso dever nos lugares
onde habitamos, assim
percebe nossas tentações e desalentos pelas mesmas causas . Em uma situação de prova, a igreja Deus Pérgamo não negou a
fé, nem por apostasia franca, nem por ceder
a fim de evitar a cruz. Cristo elogia sua firmeza, porém repreende suas faltas
pecaminosas. Uma visão errada da doutrina
do evangelho e da
liberdade cristã era a raiz da amargura da qual surgiram maus costumes.
Ao arrependimento é o dever das igrejas e corpos de homens, e das pessoas
particulares: os que pecam juntos, devem arrepender-se juntos.
Aqui está a promessa de favor para os que vençam. As
influências e as consolações do Espírito deCristo descem desde o céu até
a alma , para apoiá-la. Isto está
oculto do resto do mundo. O homem novo é o nome da adoção: quando o Espírito
Santo mostra sua obra na alma do crente, ele compreende o nome novo e sua
verdadeira importância.
Vs.13b-Conservas o meu nome (―Manténs
firme o meu nome‖). O termo ―conservar‖ é demasiado inexpressivo. A
questão era apegar-se com toda a força e agarrar-se com unhas e dentes. Algo
estava para ser arrancado da igreja
(cf. Ap 2.25; 3.11). Convidava-se para soltar. Uma onda de perseguição
passou por cima da comunidade. A luta girava em torno do nome
Jesus.
Vs13C-E não negaste a minha fé (―E não negaste a fidelidade
para comigo‖). A acepção mais singela de ― negar‖ é dizer não quando perguntado. Seu oposto é ―confessar‖: dizer sim diante de
uma declaração (ambas as expressões em
Jo 1.20). Conseqüentemente, havia em Pérgamo discussões duras e pressão maciça para que se renunciasse à fidelidade ao Senhor
Jesus. Contudo, a igreja foi aprovada ainda nos dias de Antipas, minha
testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. Entrementes ficaram
para trás os dias difíceis, repletos de trevas satânicas. Toda a comunidade havia se tornado o foco de
ataques públicos, contudo Antipas foi a única vítima. Ele recebe o mesmo título
de Jesus Cristo em Ap 1.5. Nisso
expressa-se a estreita união de destinos. O Senhor o atrai para bem perto de
si.
Vs.14- O conselho que Balaão deu ao rei Balaque (Nm 31.16; 25.1-3) consistia de algo ―insignificante‖ quando comparado à
preparação de uma batalha de campo: ―convida-os a participarem no culto aos
ídolos (e para a imoralidade comum
nessas ocasiões)! Não lhes envies um grande exército, mas
pequenas donzelas!‖ Trata-se, portanto, de uma ninharia no sentido de uma armadilha. ―Tens entre ti
alguns daqueles que se apegam à doutrina de Balaão, que
ensinou Balaque a armar ciladas diante dos (‗seduzir os‘) filhos de Israel (para
a apostasia,) para comerem coisas (‗carne‘ [cf. TEB, BJ]) sacrificadas aos
ídolos e praticarem a prostituição (‗imoralidade‘)‖.
“Saí do meio deles”, diz-lhes (2 Coríntios 6:17). Esta
diferença com relação ao mundo não significa que o cristão deve isolar-se e
viver separado do mundo, nem significa que se deva desprezar, odiar ou ter em menos
conta o mundo. (1 Coríntios 9:22).
Vs.14b-Tu tens os que da mesma forma sustentam (―se apegam‖ ―seguem‖ [RC]) é uma
expressão totalmente neutra, não revelando nenhuma tomada de partido. Não se
pode dizer, como em relação a Éfeso: ―Tens, contudo, a teu favor que odeias as
obras dos nicolaítas‖ (Ap 2.6), nem como dos
cristãos em Tiatira: ―Tu os toleras‖ (Ap
2.20). Em Pérgamo, esses dois grupos e
essas duas correntes de proclamação caminham simplesmente lado a lado. Contudo,
essa neutralidade dentro da igreja constitui justamente o ponto de acusação contra a igreja em Pérgamo, que para fora testemunha de maneira tão corajosa. Como os mesmos
homens ficaram calados, estranhamente calados! Isso é
infidelidade na essência. A força
para testemunhar ficou paralisada
e foi interrompida num determinado ponto. Havia
algo dentro deles que se entendia com os
balaamitas e que
tinha o efeito de um corpo estranho na sua relação com Jesus.
Vs.17a-Ela se prolonga até o teu hoje. De
maneira inalterada vives onde se situa o trono de Satanás. Naquela época, a ‗velha
serpente‘ apareceu como assassina,
agora aparece como sedutora. Portanto, duas vezes Satanás. É por isso que a tua
fidelidade está em jogo duas vezes e duas vezes a tua vitória. Reconhece a
duplicidade dos acontecimentos e não corras para a cilada,
depois que venceste no conflito aberto.‖ No centro da
igreja posiciona-se o Senhor da mesma,
cuja espada não perdeu o fio num dos lados. Seu alvo é uma vitória redundante.
Vs.17b-Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido. Tanto lá como aqui fala-se da refeição como
sinal da comunhão perfeita com Cristo. Bengel observa: ―Diante desse manjar o
apetite pela carne sacrificada a ídolos deveria desaparecer‖. Contudo, é verdade que Ap 2.7 se move de
acordo com os parâmetros da idéia do paraíso. Agora, porém, o pano de fundo é a
época de Moisés, motivo pelo qual é feita associação com a alimentação no
deserto.
Vs.17-Os grandes gladiadores eram os heróis mais admirados
por Roma. Em geral o gladiador devia
pelejar até que algum contendor o matasse. Mas se algum gladiador tinha ganho
honras especiais e sua carreira tinha sido particularmente brilhante, ao
envelhecer era excetuado da obrigação
de seguir pelejando, permitindo-se que se aposentasse com honras. Tais homens
recebiam uma tessera que tinha escritas as letras SP, iniciais que em latim
significam: "homem cujo valor foi provado além de toda dúvida
possível". Isto significaria que o cristão fiel é como
um gladiador que, tendo provado sua coragem na batalha da
vida, pode desfrutar do descanso que Cristo lhe concede, com honras. Na
antigüidade os dias especialmente felizes e bem-sucedidos se denominavam
"dias brancos".
NOVO-Por outro lado, em grego há duas palavras para dizer
"novo". Uma coisa pode ser neos,
que significa novo no que respeita ao tempo; pode tratar-se de um novo objeto
de um tipo ou características bem conhecidas a muito tempo. Por outro, existe kainos,
que significa novo não somente com relação ao tempo mas também em
qualidade. Apocalipse temos uma nova Jerusalém (3:12), uma nova
canção
(5:9), novos céus e nova terra. Diz-se, fazendo uso desta
palavra, que Deus faz novas todas as coisas (21:5). Tendo em conta estas
observações, sugeriram-se duas linhas de pensamento.
REFERÊNCIA
*Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
* Comentário Bíblico MOODY.
*Comentário Bíblico BARCLAY
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